Tradição

Homenagem às passageiras

No Dia Internacional da Mulher, cobrador Gilnei Santos prepara recepção especial para mulheres no transporte coletivo de Pelotas

Leandro Lopes -

Todo dia 8 de março é igual. Um ônibus colorido com balões rosa e lilás e pétalas de rosas transita pelas ruas da cidade. Carrega crianças, pais e mães, avós, trabalhadores e estudantes. Mas os passageiros mais importantes nesse dia são, na verdade, as passageiras. As mulheres são homenageadas pela data delas, o Dia Internacional da Mulher, pelo cobrador Gilnei Silveira dos Santos, há 23 anos na profissão.

Gilnei começa o trabalho na madrugada anterior. Decora o coletivo com balões e pétalas, tudo para receber as usuárias do transporte logo antes do despertar, às 5h. Chocolates, camisetas estampadas com a frase "feliz dia da mulher", cupons de desconto em salões de beleza e salgadinhos são os presentes distribuídos a elas - tudo financiado pelo Consórcio de Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP) e por patrocinadores.

A linha percorre o Passo do Salso fazendo a alegria das mulheres que embarcam no ônibus. E já virou tradição: a maioria delas já conhece Gilnei e, inclusive, antecipa a recepção especial preparada pelo cobrador. "A caridade e a bondade me motivam, me alimentam", justifica Gilnei, 52 anos, ao ser questionado sobre o porquê de organizar a ação ano após ano, desde o início na profissão.

As mulheres que estavam no ônibus na manhã desta quinta-feira (8) já conhecem o funcionário. A professora Joseane Monks, 36, é moradora do Passo do Salso e pega o ônibus todos os dias. Para ela, a data requer reflexão das lutas e conquistas da mulher. "O nosso espaço na sociedade ainda é muito pequeno. Hoje a mulher costuma receber flores, mas ainda temos muitos espinhos para quebrar", pensa.

Joseane lembra ainda que o mesmo local em que estava sendo homenageada é também, muitas vezes, um espaço onde ocorre machismo. "Hoje me chamou a atenção que o ônibus transporta muito mais mulheres do que homens. Todas indo para o seu trabalho, vários tipos de mulheres, de estilos. Mas, quando ele está muito cheio, alguns homens se aproveitam para assediar as mulheres. A gente tem que ter coragem e falar", diz, referindo-se ao assédio sexual sofrido pelo sexo feminino.

Outra passageira, Sônia Mara Madruga Farias, 64, aposentada, concorda. "Muitos homens batem e matam mulheres. Então quando surge uma pessoa assim a gente tem que valorizar. Se todos homens fossem um pouco como ele, o mundo estaria diferente", acredita.

A homenagem continua até as 19h30min, a partir da tarde pela linha Cohab Fragata. Confira:

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